Introdução

O conceito de destino versus livre arbítrio é algo que intriga a humanidade há séculos. Alguns acreditam que nossas vidas são predeterminadas, enquanto outros defendem que temos total controle sobre nossas escolhas e caminhos. O destino se refere à ideia de que eventos e ocorrências em nossas vidas são previamente estabelecidos por uma força ou poder maior, fora de nosso controle. Já o livre arbítrio defende que nós mesmos escolhemos e moldamos nossas vidas através de nossas próprias decisões e ações.

De acordo com o site o Pensador, “A vida é uma combinação de destino e livre-arbítrio. A chuva é o destino, a possibilidade de se molhar ou não, é sua.”. Portanto, uma visão conciliatória seria a de que, embora existam eventos e situações predeterminadas, ainda temos liberdade para reagir a eles e moldar nossos caminhos.

O filme Quem Quer Ser Um Milionário

O filme Quem Quer Ser Um Milionário, escrito por Simon Beaufoy e dirigido por Danny Boyle, conta a história de Jamal Malik, um jovem pobre da Índia que participa do programa de quiz bollywoodiano Who Wants to Be a Millionaire? Jamal surpreende a todos ao acertar as perguntas do jogo, o que leva os produtores a suspeitarem que ele deve estar trapaceando.

Através de flashbacks, o filme mostra como as experiências da infância difícil e das adversidades que Jamal enfrentou na vida o preparam inadvertidamente para responder as perguntas do jogo. Ele não tem educação formal, mas conhece as respostas por causa das situações pelas quais passou. Isso ilustra como todo aprendizado ao longo da vida é válido, mesmo que não esteja diretamente relacionado a testes de conhecimento.

As experiências moldam nosso conhecimento

As experiências que vivemos ao longo da vida têm um papel crucial na construção do nosso conhecimento e visão de mundo. Isso porque todo novo aprendizado é incorporado e interpretado com base no conhecimento prévio que já possuímos, que foi moldado justamente por nossas vivências anteriores (Gasque, 2008).

Dessa forma, à medida que passamos por diferentes situações e adquirimos novos conhecimentos, vamos aos poucos construindo o nosso repertório interno, que será nossa referência para experiências futuras. Como afirma Juliano Menini, “é na velhice que aproveitamos mais a vida, mas é a fase onde continuamos a acumular conhecimento e a ensinar os mais novos com nossas experiências vividas” (Menini, 2017).

Portanto, cada nova experiência não apenas agrega informações, mas também influencia a maneira como compreendemos o mundo e lidamos com situações futuras. Os eventos pelos quais passamos ao longo da vida moldam nossa personalidade, valores e visão de mundo de forma única.

Palestrando no palco

Falar em público pode ser desafiador para muitos, mas minha experiência tocando em bandas quando criança me ajudou a desenvolver habilidades valiosas que uso hoje como palestrante. Tocar em uma banda me ensinou a me apresentar com confiança diante de uma plateia. Também aprendi a improvisar quando algo dá errado durante uma apresentação ao vivo, como um equipamento falhando por exemplo.

Essas habilidades se traduzem bem para o palco como palestrante. Segundo o Banco de Palestrantes, as habilidades-chave que todo palestrante precisa desenvolver incluem dominar o assunto, cativar a audiência, improvisar quando necessário e adaptar-se ao público (Banco de Palestrantes). Minha experiência em bandas me ajudou a desenvolver exatamente essas habilidades.

Além disso, tocar em uma banda me ensinou a usar expressão corporal e interagir com a plateia nos treinamentos que ministro na Treina Comex, o que é essencial para se conectar com o público durante uma palestra. De acordo com a Exame, técnicas importantes para se apresentar bem incluem usar linguagem corporal, fazer contato visual e interagir com a plateia (Exame). Minha prática tocando músicas diante de uma audiência deu a base que precisava para dominar essas técnicas.

Por fim, todo aprendizado é válido

É inegável que todo conhecimento que adquirimos ao longo da vida pode ser útil de alguma forma, mesmo que não percebamos isso imediatamente. Como disse o filósofo romano Sêneca, “nenhuma lição que a vida ensina é perdida”.

Ao longo de nossa jornada, passamos por inúmeras experiências – na escola, no trabalho, no convívio social. Todas essas vivências contribuem para moldar nossa personalidade e nosso repertório de habilidades. Mesmo que algumas pareçam insignificantes, elas estão entrelaçadas em nossa história.

Às vezes, somente com o passar do tempo e a perspectiva que os anos trazem, conseguimos entender o real valor de algum aprendizado do passado. O conhecimento nunca é descartável, podendo ressurgir em algum momento futuro de maneira útil e inesperada. Como diz o ditado popular, “nunca se sabe de onde virá o sustento”.

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